Meras Imagens...

Meras Imagens...
Karen Facchinetti

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Do sábado não se sabe...

Outro dia, foi em canção que Vinicius me inspirou. Hoje, num livro, sem coincidências,
algo o destino quis me dizer...
Das vezes que o encontro, me desperta sentimentos que me lembram o amor.
Para mim, a cada encontro, Vinicius se mostra assim, a inspiração da afetividade, do amor total,que silienciosa, num vulcão adormecido, guardo.
É tão certeiro e profundo com suas palavras, numa frase e outra, sempre afetuosas, dando tal importância á vida, á coisinhas que qualquer outro nem notaria, nem comenta.
Ele me encontra. Eu me encontro. E assim, através de palavras, de uma tarde, de um sábado...
Em pleno feriado, sexta-feira calma, me fez pensar. Eu pergunto e me pergunto: O que será amanhã?
Talvez eu fique na janela do meu quarto, olhando o chuviscar de um dia nublado, em pleno
verão. Talvez chuvisque o dia inteiro...
Talvez eu acorde cedo para ver gente, tomar um café na padaria do meu bairro,comer dois pastéis na feira.
Talvez eu nem queira conversar, e durma acordada, introspectiva, e minha irmã se queixe.
Quem sabe eu acorde assim, como agora, sentimental, e resolva abraçar a vida através de
uma fotografia. Fazê-las, refazê-las, reviver e guardá-las, talvez, para sempre...
Talvez eu encontre minhas amigas e falê-mos a nova conversa de sempre. Talvez elas me contem suas decepções sem chorar e daremos risadas, e faremos piadas de coisas desumanas. Talvez não levemos mais a sério o que antes nos era ferida... talvez nem falê-mos, e no silêncio nos abracemos, mesmo sem abraços...
São tantas as hipóteses, tantos começos, tanta energia e vontade.
São versões, inúmeras, de um início para um fim certo, e incerto...
Hedredon, cama,canção, pensamentos,reflexos,reflexões,vira-revira,sentimentos,gotas,gotas... agradecimentos,culpas,desculpas,compreensão, encontro, desencontros, sono, encontros...
Aqui, não há fulga, tudo o que sou vem de encontro com toda a sua força, toda sua essência e verdade.E eu compreendo para quê vim, e compreendo minha carência.
Afinal, o mundo não mudará, as coisas são assim... há sempre peças de um quebra cabeça, não que haja tristeza, vive-se feliz, mas peças de um quebra cabeça são únicas e falta-se.
Sábado viverei com toda a minha força, com a impressão de que não vivi o bastante...
Por enquanto, sexta...
Desse sábado, o fim ainda será o mesmo, dos futuros, talvez, desacostume num abraço, num beijo...
Por enquanto, estou aqui, sentada á mesa com minha mãe e com um pai que a sorte, o destino e o coração me deu. Eles jogam, estão docemente felizes. É genuino o sentimento.
Eu não falo, estou mergulhada em poemas e crônicas. Palavras que me dizem, além do quê leio,irradiam nas percepções deste momento.
Nem uma palavra sobre isso. Estamos os três reunidos em volta da mesa. Eles jogam, eu leio, e crio como que sem querer a crônica de minha observação.
Reconhecemos silenciosamente o amor que é fraterno.Sente-se com toda a força, o perfume que se encontra apenas neste momento...
De amanhã, não sei. De sábado, não se sabe...

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