Meras Imagens...

Meras Imagens...
Karen Facchinetti

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Há outras coisas no caminho aonde vou...

Não vou viver, como alguém que só espera um novo amor, Há outras coisas no caminho aonde eu vou. As vezes ando só, trocando passos com a solidão.Momentos que são meus e que não abro mão. Já sei olhar o rio por onde a vida passa. Sem me precipitar e nem perder a hora. Escuto no silêncio que há em mim e basta. Outro tempo começou pra mim agora. Vou deixar a rua me levar. Ver a cidade se acender. A lua vai banhar esse lugar. E eu vou lembrar você. É... mas tenho ainda muita coisa pra arrumar. Promessas que me fiz e que ainda não cumpri.Palavras me aguardam o tempo exato pra falar. Coisas minhas, talvez você nem queira ouvir...

























































































































terça-feira, 6 de maio de 2008

Texto dos meus dias.

Estou apaixonada pelo texto que posso ser. Afirmo o ponto que uso , me prolongo na reticências que sou. Mas não quero minha vida num parênteses qualquer.
Posso ser todo dia aquilo que sinto , ponto . vírgula, exclamação.
Das palavras posso derramar lágrimas ou da entonação retirar um sorriso.Dos dois juntos então!
Me faz bem extravasar o alfabeto que há em mim. Só não sei com que letra começo... Talvez o A seja a melhor direção...
No livro que minha vida segue, rabisco aquilo que já é traço. E como deve terminar um texto?
Todos os dias escorrego e tropeço em palavras, todos os dias elas me entorpecem!
É um vício, um hábito, uma loucura que se renova em mim.
Letra a letra, sílaba a sílaba eu teço o fio do momento, do passado, do destino. Eu mexo no universo, porque as palavras tem essa força. Acredito assim.
As vezes as palavras me escapam, soltam -se, são atiradas do pensamento, sem pensamento.
Fogem de mim quando não as quero. Correm pelos braços, se atiram da minha boca, saltam do meu olhar... um movimento e pronto .. palavras...
As vezes, alguém as toma de mim. Não pedem licença, arrancam a fórceps aquilo que é gerado em silêncio.
Mal sabem que este silêncio grita! Por que o branco não é a ausência de luz...
Que me batam, que indiquem o verbo e o adjetivo mais torpe e sem escrupulos para mentir na frase mais doce...
Digo apenas o que acredito... e quando não digo acredito também.
Minhas 27 páginas são brancas... não há tinta, não há relato em cor azul, preta ou de qualquer tipo. Há cores imaginaveis, profundas e cheias de luz. Mas não há uma gota de tinta em meu texto... há um quê de mistério. O olhar de monalisa redige o que pretendo esconder...
Sou cristal que reflete, mas não quebra.
Sou pena que balança, mas escreve.
Redijo textos interminaveis nas imagens que crio. Recrio, indico, transformo. Que transformem em mim, através de mim.
Escrevo texos, escrevo imagens, escrevo gestos, escrevo gostos. Escrevo tudo o que é escrito e tudo o que não é dito.
Corro através de um vocabulário interminável de pensamentos indiciais que se renovam nas idéias e seguem um ciclo. Começo tudo de novo, por que posso voltar atrás com as palavras. Por que as mesmas são flexíveis e ao mesmo tempo podem ser duras.
Uma vez dita está escrita. Mas volta-se atrás...
Qual o tamanho do EU TE AMO? Isso escreve-se para sempre. Pois ama-se para sempre.
Sem percebermos as palavras voam no ar, aquelas que não temos consciência, aquelas que já esquecemos, aquelas que pretendemos disseminar... todas juntam-se num certo espaço, no universo e fazem parte de uma história, a história do ser humano. Estão ali, marcadas, dançando ao vento, loucas, roucas e surdas.
Palavras que não voltam, que seguem e que ficam, palavras que compõe a página de um livro. O livro indivíduo.
Dou o tamanho ideal às palavras que escolho, sou do tamanho que elas me ocorrem.
As vezes romance, as vezes crônica, notas ou artigos.
Não importa a ordem, ainda as termino ...







sexta-feira, 2 de maio de 2008

Café morno é café frio...

- Meu amor, senta aí, fica tranqüilo, vou pegar um café.
- Eu não quero café, obrigada.
- Sente. Descanse um pouco, você está cansado.
- Eu não estou cansado e não quero café.
- Fique tranqüilo, você está um pouco confuso, a correria da semana e dos dias de trabalho nos deixam assim mesmo, vou fazer um chocolate.
- Eu não quero chocolate e não estou confuso!
- Não fique nervoso, eu estou aqui e você pode sempre contar comigo! Olha, amanhã passaremos o dia limpando o seu carro e depois iremos o final de semana na sua mãe, desmarcamos nosso jantar, nosso programa, você pode aproveitar o dia e pronto, decidido.
- Não quero nada disso, se você olhasse além de você, veria o que realmente quero.
- E o que você quer?
- Não quero café...
- Então quer chocolate?
- Não! Por Deus...
- Você quer um calmante?
- O que há com você?! Não enxerga?
- Sim. Eu te amo...
Silêncio
- Preciso ir...
- Está bem , te espero aqui.
- Não sei se volto.
- Está certo, mas não demore...
- E se eu demorar?
- O café irá esfriar...