
Cada passo é o encontro daquilo que sou, daquilo que acredito. Enxergo tudo o que me causa proximidade. Caminho porque não posso parar Me busco, pois, preciso ter um sentido... Minha mente percorre caminhos, além dos que posso pisar... Meras imagens? Paisagens são imagens da alma. Por onde quer que andemos, encontraremos reflexos de nós mesmos. Caminhos são escolhas... "Alquimia é reter as montanhas no olhar. O Himalaia, o Himalaia, o Himalaia inteiro..."
Meras Imagens...

Karen Facchinetti
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
A morte do sentir

sexta-feira, 29 de agosto de 2008
domingo, 24 de agosto de 2008
Máscaras
Fotografar alguém é como entrar num templo sagrado. Calam-se as vozes, silencia-se o caos, reverencia-se o divino, o mágico. Ali, olhos nos olhos, a alma ressurge desprovida de máscaras.
Ao meu amigo Wagner, o meu muito obrigada por confiar um pequeno fragmento de seus pensamentos e vivências! Por permitir que eu, fotógrafa e indivíduo, participasse através de imagens, de um mundo tão íntimo no qual o sofrimento explica a busca da felicidade.
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Trecho - Olhares fora-dentro
“ Quando discernia ainda alguns bocados de luzes e de cores, estava feliz porque via ainda: guardo a lembrança viva desses momentos de adeuses ao mundo visível. Mas, a monocromia invadiu minha existência e devo fazer um esforço em conservar a paleta de nuanças, para que o mundo escape a monotonia e a transparência. Dou cores aos objetos, às pessoas que apreendo: conheço uma mulher cuja voz é ao azul que ela consegue colocar o azul sobre um dia que eu sei ser cinza de outono.Encontrei um pintor que tinha uma voz vermelho-escura, e o acaso quis que ele gostasse desta cor... O que vem ser portanto um olhar? É talvez a soma de todos os sonhos, cuja parte de pesadelo se esquece, quando a gente pode pôr-se a olhar diferentemente... “ (Evegen Bavcar)
terça-feira, 10 de junho de 2008
Buena Vibra
Sua blusa rendada cola-se ao seu corpinho miudo e traduz uma linhagem ritana que esconde um sangue borbulhante e quente que ainda não tem consciência.
Está só, numa solitude ancestral sem causa e efeito. Transpõe um tempo que julgo ser longo e regresso. Seus olhos projetam cenas antigas e de uma metáfora que transforma a atmosfera.
Seus pezinhos mal alcançam o chão. A desproporção da cena chama-me a atenção.
Com sues ombrinhos caídos permanece com a acbeça em direção ao céu num sorrir de alma, pois sua face é séria, sem desperdícios de sentimentos.
Parece apreciar as estrelas e num leve movimento de suas mãos acompanha uma música longingua, ao fundo, perdida em qualquer sombra daquela escuridão. Vem de uma vitrola que soa um tom rouco e nostálgico. Surpreendo-me com seus gestos.
Aqueles movimentos pequeninos, tão sutis e seguros reconhecem em cada toque o seu ritmo. É um tango.
Está descalça, lhe faz bem a sensação da ausência de amarras. Com certeza esquecera um belo par de chinelos em algum canto de suas travessuras inocentes.
Avista uma joaninha na pontinha de seu dedo. Contempla, enternece o semblante, sopra.
Pela primeira vez, percebe a minha presença. Sente-se confortável, nem um pouco intimidada. Olha-me sem piscar um instante, fita-me a alma através de um encontro óptico. Me assusto...
Meu Deus, é uma criança! Olha-me com ares de um encontro, fita-me como que num prenuncio, pensa pronunciar, cansa-se. Dança, ri, grita: Buena Vibra!
Sinos soam neste instante.
Pula daquele banco como quem pula das nuvens. Sonda, recua, persiste. Corre por detrás dos postes, ilumina-se através dos lampeões.
Eu, intacta, imóvel. Canto, rio , danço...
Sento, pés sobre o chão, olhar ao céu, ombros caídos, embriago-me daquela música. permaneço horas num sorrir de alma. Aperto contra o peito um disco de Carlos Gardel. É tudo o que tenho.
Sinto tudo outra vez.
Não sei até quando permanecerei aqui...
domingo, 1 de junho de 2008
Pensamentos Noturnos...

02h00 da madrugada. Aqui ainda é claro... O relógio insiste e me diz que logo irei trabalhar.
Não pretendo expulsar o sol agora, deixo ele ficar só mais cinco minutos.
Pensamentos noturnos são claros e este sol não se cala. Se não quer ir que sorria, não afugento o que é divino. Aproveito as horas concedidas para fussar uma câmera escura interior.
Claro e escuro contrastam nesta noite que não se apaga. Só mais um minuto e eu levanto daqui.
Meus devaneios já passaram da hora...
Banalização do ver.
Nada substitui o homem e o homem é feito de sentimentos!Máquinas são a nossa extensão.Talvez eu seja romântica demais, mas assim como as palavras trazem sua força, as imagens transparecem o que temos na alma. Me entristece o mau uso delas...
segunda-feira, 19 de maio de 2008
Há outras coisas no caminho aonde vou...
terça-feira, 6 de maio de 2008
Texto dos meus dias.
Posso ser todo dia aquilo que sinto , ponto . vírgula, exclamação.
Das palavras posso derramar lágrimas ou da entonação retirar um sorriso.Dos dois juntos então!
Me faz bem extravasar o alfabeto que há em mim. Só não sei com que letra começo... Talvez o A seja a melhor direção...
No livro que minha vida segue, rabisco aquilo que já é traço. E como deve terminar um texto?
Todos os dias escorrego e tropeço em palavras, todos os dias elas me entorpecem!
É um vício, um hábito, uma loucura que se renova em mim.
Letra a letra, sílaba a sílaba eu teço o fio do momento, do passado, do destino. Eu mexo no universo, porque as palavras tem essa força. Acredito assim.
As vezes as palavras me escapam, soltam -se, são atiradas do pensamento, sem pensamento.
Fogem de mim quando não as quero. Correm pelos braços, se atiram da minha boca, saltam do meu olhar... um movimento e pronto .. palavras...
As vezes, alguém as toma de mim. Não pedem licença, arrancam a fórceps aquilo que é gerado em silêncio.
Mal sabem que este silêncio grita! Por que o branco não é a ausência de luz...
Que me batam, que indiquem o verbo e o adjetivo mais torpe e sem escrupulos para mentir na frase mais doce...
Digo apenas o que acredito... e quando não digo acredito também.
Minhas 27 páginas são brancas... não há tinta, não há relato em cor azul, preta ou de qualquer tipo. Há cores imaginaveis, profundas e cheias de luz. Mas não há uma gota de tinta em meu texto... há um quê de mistério. O olhar de monalisa redige o que pretendo esconder...
Sou cristal que reflete, mas não quebra.
Sou pena que balança, mas escreve.
Redijo textos interminaveis nas imagens que crio. Recrio, indico, transformo. Que transformem em mim, através de mim.
Escrevo texos, escrevo imagens, escrevo gestos, escrevo gostos. Escrevo tudo o que é escrito e tudo o que não é dito.
Corro através de um vocabulário interminável de pensamentos indiciais que se renovam nas idéias e seguem um ciclo. Começo tudo de novo, por que posso voltar atrás com as palavras. Por que as mesmas são flexíveis e ao mesmo tempo podem ser duras.
Uma vez dita está escrita. Mas volta-se atrás...
Qual o tamanho do EU TE AMO? Isso escreve-se para sempre. Pois ama-se para sempre.
Sem percebermos as palavras voam no ar, aquelas que não temos consciência, aquelas que já esquecemos, aquelas que pretendemos disseminar... todas juntam-se num certo espaço, no universo e fazem parte de uma história, a história do ser humano. Estão ali, marcadas, dançando ao vento, loucas, roucas e surdas.
Palavras que não voltam, que seguem e que ficam, palavras que compõe a página de um livro. O livro indivíduo.
Dou o tamanho ideal às palavras que escolho, sou do tamanho que elas me ocorrem.
As vezes romance, as vezes crônica, notas ou artigos.
Não importa a ordem, ainda as termino ...
sexta-feira, 2 de maio de 2008
Café morno é café frio...
- Eu não quero café, obrigada.
- Eu não estou cansado e não quero café.
domingo, 27 de abril de 2008
Virada Cultural: " Uma grande desculpa esfarrapada..."
Virada Cultural, 27 de abril., dia de sol, dia de paz nesse grande coração de pedra.Olhando para o relógio vi que estava atrasada. O show do Teatro Mágico já havia começado e eu podia imaginar as músicas, cantando em pensamento. Mas fui caminhando devagar conversando com pessoas que nunca tinha visto , havia mágica no ar. Quem diria, domingo de poesia na São João. Era possível caminhar no meio das ruas, no meio das avenidas. Aquele cenário cinza brilhava com o sol, com o azul forte daquele céu. Um contraste alegre no meio de tanta gente colorida. Ali, o teatro era o da vida, o teatro da arte, de gente... Imaginei Deus nessa hora,e na sua posição previlegiada para assistir essa peça.Pensei no horror que vemos na televisão. Filho matando pai, pai matando filha, gente passando fome, e vi que ainda resta esperança e que existe no mundo gente do bem, gente que respira sonhos bons, que canta e que sorri para o lado.É possível através da arte e da democratização da mesma reeducar este mundo que só pede o que vendem os comerciais, os jornais. Ou será que é essa gente que gera a notícia fantasiosa e violenta?Mas voltando ao que é belo, não tive vontade de ir embora.Caetado fez sentido nesse dia...
quinta-feira, 24 de abril de 2008
Perfis de um lixo noturno.
A caminho do ônibus, jovens, pessoas que dividem rumos em mesma direção, objetivos secretos, individualidade.Correndo, identificamos em meio a uma cena desfocada, congelada pelo momento, perfis que o flash paralisa. Acabo de captar duas almas que pedem atenção.
Suas faces sorridentes só traduzem a ingenuidade infantil. A felicidade por nós esquecida. A felicidade de frente a minha lente, ao lado de minha amiga.Tanta felicidade por um momento, um singelo e simples momento que congela a vivacidade daqueles olhares, daqueles corpos que se perdem numa noite que é bonita.
São perfis jogados numa lata de lixo qualquer, varridos do cenário da cidade, esquecidos, transfigurados, desfigurados. Quase não existem.
E tão evidentes são em vida e por suas ferramentas, seu laranja que vibra nessa escuridão. Se não gritassem sua existência, qual a voz os ouviria? Quantos ouvidos se dispõe?
A surdez da alegria individual é perigosa.
Um instante não refaz a história, mas aqui fica o retrato retratado de um relato. Tudo vale quando a alma não é pequena.
E na grandiosidade dessa cena, do sorriso, do pedido, retiro agora dessa lata esquecida e suja pelos preconceitos duas almas. Duas crianças que a sociedade renega. Duas vozes que sim, gritam! ... em alto e bom tom existem.
Esfregam em nossa cara: Estou aqui e este é o meu retrato.
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Caminito

Nesta sala eu me encontro em tua vida toda vez que as lembranças me procuram ou que me acho num laço incontestável. Não unidas pelo vício do cotidiano, não pelo contato direto da visita. Às vezes te encontro em pensamentos, às vezes nesta casa.
A luz baixa que compõe estes cenário nos transporta às figuras dessa história. Recostadas sobre o braço do sofá, que poucas vezes nos escutam conversar, eu transponho este quadro reluzente. Figuras viradas ao horizonte, assim ficamos neste momento.Pensamentos compassados seguem e se levam nas viradas desta milonga. Não há outra forma neste mundo de descrever -te em pensamento. E meus pensamentos pulsam nesta dança. Milongas,milongas...
Caminitos que não voltam vó querida.. que se foram nesta estrada e não mudam... São caminhos de contrastes, e este sangue que escorre das feridas eu não posso ao menos me sujar. São estrondos que tuas palavras derramaram, são perdões esquecidos.
Quando toco suas marcas com meus olhos, são marcas sentidas e que justificam o seu texto proferido. Eu me aflijo dessa ardência que não sara.
Eu te encontro num Gardel , que eu quase não te beijo a face amiga, mas te abraço no encontro das batidas .Tão distintos sentimentos em sua existência, tanto amor, tanto rancor te faz viver. Palavras que a alma deixa escapar, arrependimentos.Teu sorriso tem ternura endurecida, teu amor é uma cobrança sem calor, ainda vibra.Diga Adeus a esse caminho de amargura, agarre os passos que seguem a Vida...
Outro dia , não me esqueço, você disse : Quando partir desta para melhor todos os cds de tango serão seus, porque seu gosto é como o meu. Essa é minha lembrança, e assim lembre de mim.
Mas te digo que o calar das tuas veias não motivam a poesia da saudade maior. Mas entendo que a trajédia de um tango é o auge da lembrança que deseja.
Mas te proponho algo maior,vamos caminhar à Buenos Aires, e seguir o caminito colorido. Imagens portenhas desejadas, vinho, drama, VIDA.
Me vejo em suas entradas, o bico que teus negros cabelos apontam, são meus..
A distância física pode esquecer as evidências, mas este DNA marcado estrala a todo instante. Música, tango, milonga. Assim somos família.
Por isso vamos seguir através de mim as frustações que o tempo te deixou,
pois caminito que se foi, é caminito esquecido...
E no dia em que partir, saiba que há muito está em minha lembrança, que este tango é uma trajetória de confissões. Que antes da morte, você sempre foi viva.
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Minha sombra é cúmplice de mim.
Pensamentos, textos e poesias. Sei o caminho de cor.
A solitude me acompanha todos os dias.
Faço diálogos constantes entre o sim o não.
Não cansei da minha companhia..
Passo a passo traço retas provaveis, retas...
Quero desviar a atenção desse mundo que eu penso dominar.
Reconheço as cores do meu vestido.
Gosto da estampa que escolhi.
Já não me incomoda se não gostam de verde.
Piso firme demais.
Posso fechar os olhos e seguir a direção.
E se eu virar a próxima rua?
Desejo me perder um instante.Só um instante...
Não ter a provável certeza para não endurecer.
Vejo flores, há um quê de nostalgia. Há um passado nessa longas pegadas
Vejo o mar como devaneio, respeito meus desejos. Devaneio é o que não faço.
Devaneio é não seguir passos que são os meus..
Só não quero sentir o cheiro que a lágrima tem .
Que escorra mas não fique em mim...
Minha liberdade são minhas vontades.
Julguem egoísmo, ou sei lá o que...
Julguem defeito estar no centro das decisões.
Digo que é liberdade caminhar para qualquer lado,
para qualquer rua em busca de qualquer mar.
Enquanto nutro essa sólida certeza, sou o oposto do que querem de mim...
Pecorro becos seguros demais...
Quero me perder no instante da loucura que me traz a ânsia,
Quero seguir curvas, adentrar labirintos, ser o círculo e as voltas que dou..
Ser o cícrculo que sou...
Me achar na próxima esquina e seguir a reta em que vivo..
quinta-feira, 10 de abril de 2008
Tempos...
Ultrapaso o tempo, pois se não me cuido ele me passa.
O tempo que passa segue.O tempo que fica pena.Se não passa canso.Se vai cedo cresço
Se teima faço pirraça.Se foge me desespero.
Cada um que cuide do tempo.Que o tempo que é meu não é de ninguém.
E há tempos que caminho só,que o tempo do amanhã eu não sei.Só quero agora, instante, o tempo do antes no que sou agora, e o depois que me faz querer.
O exato instante, agora...
Mas faço do tempo o que gosto, que sinta o perfume da vida,
Será que o tempo da morte chega?Será que não há tempo na morte?
Escrevo para que não exista fim.
Eu ultrapasso o tempo... que ele me ultrapassa...
Quanto tempo há no percurso?Qual o tempo do pesar do dia?Qual o instante da felicidade?Qual a hora da minha alegria?
Em que exato momento tudo muda? Silência...
Não o vejo, sinto.. Acho que é melhor sentir...Em que tempo as pessoas amam?Qual o tempo do amor?uma gota, uma chuva ou tempestade?
Tempo de escolhas, arco-íris.
Que a energia do tempo me move.
Fotografo o tempo, nele, paralizo. Atiro, estiro, agonizo.
Ah, eu mato esse tempo. antes que o tempo me mate!
terça-feira, 8 de abril de 2008
A imagem da verdade...
Sou EU, eu mesmo, VOCÊ...
Somos reflexos do que um dia foi real. Do que um dia nasceu de um instante genuíno em sua plena essência.
E desde quando a verdade se foi, sou imagem. Sou alma manchada no tempo e que permanece marcada, fragmentada e incansável. Caminho ao que sou.E por que se perde tempo em testar o que somos?A verdade é meu sim, e cada um tem um SIM , gritante e que martela. Cada vez caminho mais próximo do que o não me negou. Eu volto...Meus traços são meus riscos. Sou um desenho inacabado que já sabe o que deve ser...A minha verdade é lei, e me cobra .
Estou feliz... sinto que sigo o caminho certo através dos meus erros.Minha imagem se parece comigo...Não me lembro ao certo, mas sinto...
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Alquimia de um olhar...
Perto demais...
Uma taça de amarula para adoçar a noite
Sou aqui, o ímã daquilo que criei
Sem pensar, sem ao menos propositalmente querer, coisas e objetos,
me dizem quem sou e me fazem pensar no que realmente me tornei...
Uma taça de amarula que minha boca pediu,
um dez de copas que a muito tempo não encontrava,
papeis espalhados pela cama. Bagunça que não incomoda. Confirmações de
um passado sem julgamento.
Me deparonesse momento com minha imagem, enquadrada, intacta, atravessando o passado.
Arrebentando através dos sentidos a moldura, porque vivo, também, através do que se congelou.
Sou ontem, serei hoje, gosto da pose...Mais um gole do que já provei...
Há algo que não se pode explicar. Há um gosto, um cheiro de futuro nesse presente....
Fotos que desenhei, sonhos que escrevi, poses que não saem daqui... porque aqui é que eu me encontro...
Perto demais eu cheguei. Minha solidão é minha salvação...
Um batom vinho na cabiceira, tom, que só hoje entendi ser o meu... que só hoje pode ser...
se nesse momento pudesse registrar o que sou ... não haveria mentiras...
Não há física que explique essa energia. porque sou eu nesse espaço com toda minha força.
minhas loucuras vagueam pelos cantos...
Já não espero por palavras, nem espero salvações.
Amarula, copas e vinho... procuro respostas e perguntas que me dêm a direção....
peças que se encaixem, fotografias para reviver...
Passa da 00:00h, estou perto demais dos meus sonhos....
estou perto de Deus... perto demais de mim...
Essa noite é doce o sabor de ser eu...
Do sábado não se sabe...
algo o destino quis me dizer...
Das vezes que o encontro, me desperta sentimentos que me lembram o amor.
Para mim, a cada encontro, Vinicius se mostra assim, a inspiração da afetividade, do amor total,que silienciosa, num vulcão adormecido, guardo.
É tão certeiro e profundo com suas palavras, numa frase e outra, sempre afetuosas, dando tal importância á vida, á coisinhas que qualquer outro nem notaria, nem comenta.
Ele me encontra. Eu me encontro. E assim, através de palavras, de uma tarde, de um sábado...
Em pleno feriado, sexta-feira calma, me fez pensar. Eu pergunto e me pergunto: O que será amanhã?
Talvez eu fique na janela do meu quarto, olhando o chuviscar de um dia nublado, em pleno
verão. Talvez chuvisque o dia inteiro...
Talvez eu acorde cedo para ver gente, tomar um café na padaria do meu bairro,comer dois pastéis na feira.
Talvez eu nem queira conversar, e durma acordada, introspectiva, e minha irmã se queixe.
Quem sabe eu acorde assim, como agora, sentimental, e resolva abraçar a vida através de
uma fotografia. Fazê-las, refazê-las, reviver e guardá-las, talvez, para sempre...
Talvez eu encontre minhas amigas e falê-mos a nova conversa de sempre. Talvez elas me contem suas decepções sem chorar e daremos risadas, e faremos piadas de coisas desumanas. Talvez não levemos mais a sério o que antes nos era ferida... talvez nem falê-mos, e no silêncio nos abracemos, mesmo sem abraços...
São tantas as hipóteses, tantos começos, tanta energia e vontade.
São versões, inúmeras, de um início para um fim certo, e incerto...
Hedredon, cama,canção, pensamentos,reflexos,reflexões,vira-revira,sentimentos,gotas,gotas... agradecimentos,culpas,desculpas,compreensão, encontro, desencontros, sono, encontros...
Aqui, não há fulga, tudo o que sou vem de encontro com toda a sua força, toda sua essência e verdade.E eu compreendo para quê vim, e compreendo minha carência.
Afinal, o mundo não mudará, as coisas são assim... há sempre peças de um quebra cabeça, não que haja tristeza, vive-se feliz, mas peças de um quebra cabeça são únicas e falta-se.
Sábado viverei com toda a minha força, com a impressão de que não vivi o bastante...
Por enquanto, sexta...
Desse sábado, o fim ainda será o mesmo, dos futuros, talvez, desacostume num abraço, num beijo...
Por enquanto, estou aqui, sentada á mesa com minha mãe e com um pai que a sorte, o destino e o coração me deu. Eles jogam, estão docemente felizes. É genuino o sentimento.
Eu não falo, estou mergulhada em poemas e crônicas. Palavras que me dizem, além do quê leio,irradiam nas percepções deste momento.
Nem uma palavra sobre isso. Estamos os três reunidos em volta da mesa. Eles jogam, eu leio, e crio como que sem querer a crônica de minha observação.
Reconhecemos silenciosamente o amor que é fraterno.Sente-se com toda a força, o perfume que se encontra apenas neste momento...
De amanhã, não sei. De sábado, não se sabe...
Gostaria de enxergar...
Caminhos.
Enxergo tudo o que me causa proximidade.
Caminho porquê não posso parar
Me busco, pois, preciso ter um sentido...
Minha mente percorre caminhos, além dos que posso pisar...
Meras imagens?
Paisagens são imagens da alma.
Por onde quer que andemos,
encontraremos reflexos de nós mesmos.
Caminhos são escolhas...